Com participação de 300 pessoas, evento mostra como a assistência técnica do Senar transformou a propriedade anfitriã, ampliando tanques, reduzindo custos e elevando a produtividade do pescado.
Sobradinho, comunidade de Barreirinhas, foi palco esta semana de um dos maiores encontros voltados ao fortalecimento da piscicultura na região. Realizado na propriedade que recebeu a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar, o Dia de Campo reuniu cerca de trezentas pessoas, vindas em caravanas de municípios como Brejo, Tutóia, Paulino Neves, Santana e São Bernardo, além de estudantes e lideranças sindicais. O objetivo foi conhecer de perto os avanços gerados pelo programa Retorno Certo – Fase II, que realizou 24 visitas técnicas e aplicou melhorias estratégicas no cultivo de tilápia e panga.
A programação trouxe temáticas essenciais para quem vive da piscicultura, incluindo Sistema de Piscicultura e uso da água (RAS), Manejo Sanitário, Beneficiamento e Processamento do Pescado, além de conteúdos sobre Gestão da Propriedade, Benchmarking e Outorga e Direito do Uso da Água, ministrado pelo técnico analista da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Luís Vitor Rodrigues. Durante todo o período, os participantes puderam visualizar não apenas conceitos, mas resultados concretos de como a ATeG transforma a realidade produtiva no campo
Na propriedade anfitriã, os avanços foram expressivos e mensuráveis. Houve redução de 14,01% nas despesas operacionais, resultado direto da otimização dos manejos e do uso mais eficiente dos recursos. No processamento, verificou-se aumento significativo no rendimento de carcaça, reflexo da melhoria nutricional, ajustes no manejo alimentar e adoção de melhor genética. A área produtiva também cresceu: os tanques de engorda passaram de 9 para 12, enquanto os berçários foram ampliados de 3 para 5, fortalecendo toda a capacidade de produção e repicagem.
Outro avanço marcante foi a implantação do controle gerencial individual por tanque, ferramenta que permite análises precisas de desempenho, custos e produtividade. No manejo alimentar, foram aplicadas ações como troca estratégica da marca de ração, adequação dos horários de arraçoamento e ajuste da quantidade de ração conforme biomassa e fase de crescimento. Essas práticas contribuíram ainda para a redução no tempo de funcionamento dos aeradores, diminuindo o consumo de energia e preservando a qualidade da água.
Impacto da inovação
Com a produção das espécies tilápia e panga, a diversificação dos fornecedores de alevinos com linhagens genéticas superiores, a introdução do sistema de recirculação de água (RAS) e o uso de tecnologias como oxigênio em pó, probióticos e o manejo correto de antibióticos elevaram o patamar produtivo da piscicultura local. As demonstrações práticas reforçaram o impacto da inovação e da gestão aplicada no dia a dia das propriedades rurais.
O Dia de Campo confirmou, na prática, que tecnologia, conhecimento e assistência técnica contínua são pilares para um setor mais forte, rentável e sustentável. A experiência vivenciada em Sobradinho mostra que, quando produtores têm acesso a orientação qualificada, os resultados aparecem — e transformam toda a cadeia produtiva.
“Mais um Dia de Campo, dessa vez em Barreirinhas, uma organização do Sindicato dos Produtores Rurais de Tutóia junto com a regional de ATeG do Senar. Mais um sucesso. Aqui aconteceram demonstrações técnicas com resultados da assistência técnica e gerencial e apresentação das ações do sistema Faema/Senar, sempre no intuito de buscar politicas publicas importantes para os produtores rurais, além de conhecimento”, ressaltou o presidente do sistema Faema/Senar, Raimundo Coelho que prestigiou o evento.
Para o produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Tutóia, Antônio Araújo a ação da ATeG mostra a importância da piscicultura para a região que vem expandindo a atividade.
“Aqui está sendo apresentado um trabalho sério da equipe que tem investido conhecimento e tecnologia nos últimos dois anos, contribuindo para o crescimento substancial da produção e pescado”, disse ele.
A engenheira de pesca e técnica de campo, Sayomara Vieira apresentou na oportunidade o benchmarking da propriedade, mostrando os avanços conquistados ao longo dos dois anos de atendimento.
“Mostramos aqui o trabalho feito durante as 24 visitas de ATeG, na fazenda Rancho, onde tivemos um aumento produtivo, aumento de área com boa receptividade da piscicultora que demonstra desejo de sempre querer melhorar a produção”, enfatizou a técnica.