A nova era da farinha no Maranhão

Cursos e assistência técnica do Senar fortalecem produtores e elevam o padrão da produção

A mandioca e seus derivados, em especial a farinha — continuam entre os produtos mais presentes na mesa do maranhense. Para fortalecer ainda mais essa cadeia, o Senar tem investido em capacitações como o Curso de Farinha de Mandioca, ministrado pela instrutora Sueli Quadros, que vem transformando a realidade de produtores em várias regiões, como o que aconteceu semana passada, em Humberto de Campos.


“Temos quadro dias para repassarmos conhecimento via teoria e pratica aos alunos, que já sabem como produzir, mas precisam se atualizar na tecnologia correta”, disse a instrutora do Senar.


É justamente aí que entra o trabalho do Senar: por meio de cursos, assistência técnica e programas como o AgroNordeste e a ATeG – Assistência Técnica e Gerencial, os agricultores recebem orientações práticas em manejo de solo, escolha de variedades melhoradas, adubação e controle fitossanitário. Essas ações têm elevado não apenas a qualidade da farinha, mas também a renda das famílias rurais.

Alunos de Humberto de Campos, em aula na Casa de Farinha.

A farinha seja ela branca ou de puba, continua entre os produtos mais presentes na mesa do maranhense. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de mandioca no Maranhão alcançou cerca de 422 mil toneladas em 2022, movimentando aproximadamente R$ 216 milhões e beneficiando mais de 80 mil produtores rurais em todo o estado.


No estado, entre os municípios que mais se destacam no cultivo da mandioca, está Barreirinhas, seguido de perto por Humberto de Campos, Rosário, Icatu e outros.


No primeiro, por exemplo, produtores de farinha têm sido reconhecidos por sua qualidade: na Feira Maranhense da Agricultura Familiar (FEMAF), amostras de produtores de Barreirinhas conquistaram prêmios no concurso de farinha d’água, nos anos de 2023 e 2024.


Segurança do alimento – A cadeia produtiva da farinha de mandioca envolve diversas etapas: o cultivo da raiz, colheita, lavagem, descascamento, ralação ou raspagem, prensagem ou espremedura, torração (ou secagem), moagem e empacotamento. Cada fase exige controle de qualidade, higiene e boas práticas, tanto para garantir sabor, textura e segurança do alimento quanto para aumentar sua validade e aceitação no mercado.

Mulheres manuseiam o subproduto da mandioca antes da torra.

Um dos desafios que se destaca no Maranhão é a produtividade por área. Apesar do Maranhão ocupar uma posição de destaque nacional na produção de mandioca, a produtividade média ainda é relativamente baixa.


Estima-se que o rendimento fique em torno de 8 toneladas de raízes por hectare nas condições mais comuns de cultivo, valor inferior às potencialidades quando se aplica assistência técnica, manejo adequado do solo, variedades melhoradas, irrigação ou técnicas de campo mais avançadas.


O Senar, em parceria com outras instituições, tem atuado fortemente para elevar a qualidade e produtividade da cadeia da mandioca. Cursos como “Transformação da Mandioca” e programas de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) são exemplos concretos desse trabalho.

Farinha em processo de torra.

Em Viana, por exemplo, dez pequenos produtores da comunidade Santa Eulália se destacaram após participarem de capacitações do Senar, conseguindo saltos de qualidade na produção de farinha. Hezir Maciel, um dos produtores, relata: ” O Senar faz parte do nosso projeto. É um órgão difusor de tecnologia, e faz isso muito bem. ”


Em Humberto de Campos, o Senar, via programa AgroNordeste, tem oferecido assistência técnica a produtores rurais com foco em intervenções tecnológicas no solo, manejo e práticas que melhoram expressão de qualidade da raiz e da farinha.


Técnicos destacam que práticas como correção do solo, escolha de variedades com melhor desempenho, espaçamentos ideais, adubação apropriada e controle fitossanitário têm sido essenciais para elevar a produção e a qualidade.