A Agricultura de Precisão é um sistema de gerenciamento agrícola que cresce no País na medida que as informações sobre conceitos, técnicas e vantagens chegam ao produtor rural.

As tecnologias de AP detectam, monitoram e orientam homens e mulheres do campo na gestão da propriedade, para melhorar a produtividade, a preservação do meio ambiente e a renda.

A Agricultura de Precisão começou com as tecnologias das máquinas dotadas de receptores GPS e geração de mapas de produtividade. Avançou  e hoje vai além dos equipamentos e das culturas de milho e soja. Pode ser usada em todas as cadeias produtivas do setor agropecuário.  Com medidas de gestão adaptadas à realidade de cada produtor, oferece ferramentas para otimização do uso de insumos e inovação permanente no campo.

Esse enfoque apresenta grandes desafios às tecnologias e aos conhecimentos disponíveis sobre sistemas de produção, que eram uniformes, com técnicas de manejo que não consideravam a grande variabilidade da produção e da qualidade hoje detectadas.

O Brasil é hoje um gigante no cenário agrícola no mundo. Mas a Agricultura de Precisão precisa crescer muito para acompanhar o ritmo de produção. Muitos produtores ainda associam AP a um pacote de mágico que chega ao campo via satélite, com soluções para os problemas da agricultura.

Foi  para  ajudar o produtor rural a entender melhor o que é  agricultura de precisão e acabar com a ideia de que AP só se faz com máquinas, que o SENAR lançou em 2012, durante a Rio +20, no Rio de Janeiro uma série de seminários, que realizou ao longo do segundo semestre, em 10 municípios polos do agronegócio no País.

 

O Programa do SENAR:

O SENAR também criou o programa Agricultura de Precisão para levar ao produtor rural seus conceitos e tecnologias. Em 2011, iniciou a capacitação de instrutores, em treinamentos de 80 horas e  firmou parcerias com a Embrapa, universidades e empresas que fabricam máquinas de AP.

E algumas Administrações Regionais do SENAR já desenvolvem  cursos para produtores e trabalhadores rurais. A meta é chegar a todo o Brasil.

O curso tem carga horária de 120 horas e é desenvolvido em módulos:

AP para todos – 16h

DGPS – 16h

Piloto Automático – 16h

Semeadora a taxa variável – 16h

Distribuidores a taxa variável – 16h

Autopropelido – NR31 – 24h

Monitor de colheita – 16h

O  blog Agricultura de Precisão do SENAR também contribui para disseminar os conhecimentos de AP. Artigos, palestras, cursos, seminários,  notícias e espaço para interação com os internautas.

 

 

*Um pouco da história da agricultura de precisão

Os primeiros relatos acadêmicos de técnicas que trabalhavam com a variabilidade espacial dos atributos do solo datam da década de 1920. No Brasil, a Agricultura de Precisão foi introduzida em meados da década de 1990, porém os avanços significativos só aconteceram a partir de maio de 2000, quando o Sistema de Posicionamento Global (GPS, acrônimo do inglês Global Position System), que é de propriedade do Departamento de Defesa dos Estados Unidos para uso militar, eliminou um erro proposital no sinal, diminuindo as incertezas no posicionamento de aproximadamente 45 metros para 6,3 metros.

No meio acadêmico, a ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Universidade de São Paulo) esteve entre as pioneiras, organizando em 1996 o primeiro Simpósio sobre Agricultura de Precisão.

No início dos anos 2000, no RS surgiu o Projeto Aquarius, desenvolvido pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) em parceria com empresas privadas. Neste mesmo período, outras instituições de pesquisa como a UFV (Universidade Federal de Viçosa) também tiveram iniciativas pioneiras em outras regiões.

Os produtores pioneiros tiveram contato muito próximo com as instituições de pesquisa, muitos deles oferecendo suas propriedades como áreas de teste.

A nova fase da AP avançou para além dos equipamentos e das culturas de milho e soja, aplicando-se a todos os sistemas de produção que apresentem variabilidade. Assim, as demandas atuais para a AP tem se voltado para a gestão da variabilidade espaço-temporal, ao entender que ao tratar com respeito os diferentes atributos inclusive espaciais da lavoura aumenta o retorno econômico e minimiza os danos ao meio ambiente. Esse enfoque apresenta grandes desafios às tecnologias e aos conhecimentos disponíveis sobre sistemas de produção anteriormente considerados uniformes, pois as técnicas de manejo até então não consideravam a grande variabilidade da produção e da qualidade hoje detectadas.

A Embrapa também contribui com o desenvolvimento da Agricultura de Precisão no país organizando uma Rede de Pesquisa com mais de 200 pesquisadores e 19 Unidades de Pesquisa e diversos colaboradores de universidades, institutos de pesquisa e empresas. A Rede Agricultura de Precisão tem 15 áreas experimentais distribuídas no Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul do país, cobrindo culturas anuais (milho, soja, trigo, arroz irrigado e algodão), culturas perenes (eucalipto, uva, pastagem, cana-de-açúcar, laranja, maçã e pêssego), além de experimentos na área da zootecnia de precisão.

*Fonte: Cartilha Agricultura de Precisão para todos, do SENAR