Previous slide
Next slide
Previous slide
Next slide

Senar promove curso de manejo integrado de pragas em soja na região propulsora do agronegócio

Atendendo a demanda do sindicato dos produtores rurais da região de Balsas (SINDIBALSAS), o SENAR-MA promoveu no período de 10 de outubro de 2018 a 27 de março de 2019 o curso Inspetor de campo em manejo integrado de pragas em soja, em cinco áreas do município de Balsas, em uma região conhecida como Pé de Galinha, totalizando 133,5 ha. Desses, 72 ha com soja não BT e o restante com soja BT.

A metodologia utilizada no curso segue o protocolo desenvolvido pela Embrapa Soja e recomendado aos produtores de soja no estado do Paraná pela Emater e Senar, há 5 safras.

A importância desse trabalho na região sul do MA tem uma relevância significativa pois, essa é considerada uma região de fronteira que possui características como infraestrutura subdesenvolvida, pouco histórico de produção e práticas de gestão ainda em construção com predominância de médios e grandes produtores, que necessitam ter escala para justificar o custo de produção.

Segundos dados da CONAB (2019) o custo ha-1 na safra de verão 2018/2019 para soja Bt ficou em R$ 1.496,14 para as despesas com custeio da lavoura de soja na região de Balsas/MA, referência para os cálculos na região sul do estado. Com os agrotóxicos o custo ha-1 correspondeu a 27,8% do valor total. Os custos de produção da cultura da soja em áreas próprias, na safra 2018/2019, foi de R$ 2,717,70 correspondente aproximadamente 52,27 sacas ha-1, considerando o preço praticado para a soja de R$ 75,25 por saca, em junho de 2019.

Apesar de destaque na produção de soja, os produtores enfrentam muitos problemas, entre eles os danos com o complexo de pragas, que cresce em espécie e níveis de infestação ao longo dos anos. O problema decorrente do ataque de pragas na soja vem acompanhado de um número crescente de aplicações de inseticidas. Estratégias culturais como o manejo integrado de pragas [MIP] têm sido pouco empregadas, o que contribui para aumento do uso de defensivos químicos e, consequentemente, dos custos de controle dos insetos.

Nesse trabalho foram observados que a quantidade de pulverizações varia entre 2 a 3 aplicações de inseticidas nas áreas comerciais sem o uso do MIP. Nas áreas comerciais que seguiram o protocolo do MIP, essa prática sofreu redução de uma aplicação, totalizando em média um valor de 175,00 reais a menos nos custos para áreas com soja Bt, oportunizando ao produtor uma sobra de 2,3 sacas por ha.  Referente a soja não Bt também houve redução de uma aplicação, totalizando em média um valor de 303 reais a menos, para o produtor, no custeio da lavoura.

A tomada de decisão por uma forma de controle como o uso do MIP em detrimento ao sistema convencional, deve ser para o produtor um passo consciente, devido a necessidade de sair de um padrão tradicional adotado com as calendarizações das pulverizações, para estratégias sustentáveis, como o monitoramento regular e constante da  área produtiva, considerando o nível de ataque, o número e tamanho dos insetos e o estádio de desenvolvimento cultura da soja.

 

Selma Coelho.
Engenheira Agrônoma, Mestre em Recursos Florestais e MBA em Gestão de Negócios e Instrutora Senar.