Princípios e tecnologias de produção sustentável foram apresentados durante seminário
O Seminário sobre o Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas na Amazônia (PRADAM) foi realizado no Instituto Federal do Maranhão (IFMA), em Santa Inês (MA), neste sábado (9/7). O evento contou com a presença de, aproximadamente, 110 produtores rurais tanto da cidade quanto de municípios vizinhos. Participaram do evento inédito no estado presidentes e comitivas dos Sindicatos dos Produtores Rurais de Zé Doca, Centro do Guilherme, Pindaré-Mirim, Santa Inês, Santa Luzia, Vitorino Freire e Monção.
Durante o encontro foram apresentados os princípios e tecnologias de produção sustentável no bioma amazônico preconizadas pelo PRADAM – uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Brasil), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa.
As tecnologias – Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Plantio Direto, Florestas Plantadas e Sistemas Agroflorestais (SAFs) – foram explicadas pelo superintendente do SENAR/MA, Luiz Figueiredo, que mostrou a necessidade de sua aplicação na região. O técnico e pesquisador da Embrapa, Joaquim Bezerra Costa, que tratou do tema degradação de pastagens, e o professor e pesquisador da UEMA, Luciano Muniz, que falou sobre Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF), também consideraram o projeto fundamental para o desenvolvimento da região.
Luiz Figueiredo observou que o PRADAM tem características semelhantes ao Projeto ABC Cerrado, mas com o diferencial de que este cobre apenas o cerrado maranhense e deixa 102 municípios do bioma amazônico no estado sem cobertura, entre eles Santa Inês e Açailândia. Ele ressaltou que é nessa região que está concentrada grande parte do rebanho do estado e onde existem elevados índices de áreas degradadas que precisam de recuperação para que possam ser reaproveitadas sem a incorporação de novas áreas ao processo produtivo.
“O nosso produtor precisa ter conhecimento dessas tecnologias, dos programas e projetos que podem apoiá-los no desenvolvimento de suas atividades e criar ambiência para que ele possa, no final, colocar no bolso uma soma maior de dinheiro como retorno”, destaca Luiz Figueiredo.
Outro que aposta nas novas tecnologias para a produção rural é o Gerente de Assistência Técnica e Gerencial, (ATeG), Epitácio Rocha. Ele disse que a iniciativa é de uma importância significativa para o produtor rural do bioma Amazônia do Maranhão. Frisou ainda que o seminário tem o intuito de sensibilizar produtores para a utilização dessas tecnologias e obter maior lucratividade em suas áreas de produção.
“O projeto visa a implantação pelo produtor do projeto em sua propriedade e hoje iniciou com este encontro que foi um sucesso, e o Senar vai trabalhar tanto a parte de assistência técnica quanto a de capacitação, para que os produtores comecem a adequar as suas propriedades a estas novas tecnologias”, frisou ele após o seminário.
Projeto recebe elogios
Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Santa Inês, Antônio Santiago, a implantação das tecnologias de produção sustentável é a realização de um sonho. “Chegou o momento de utilizarmos as tecnologias que tanto precisávamos aqui na nossa região, que possui terras férteis, mas que se encontram em processo de degradação. Com o PRADAM poderemos alcançar uma produção muito melhor”, declara.
Na visão da produtora rural e presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Centro do Guilherme, Edilânia Neco, o projeto veio complementar o desenvolvimento do sistema agropecuário e fortalecer o produtor no entendimento de como proceder na exploração de sua propriedade. “Sabemos das dificuldades em conhecer as tecnologias como as disseminadas pelo PRADAM e sabemos que o SENAR tem feito um excelente trabalho em relação a isso, trazendo programas, projetos e assistência técnica para que o produtor tenha uma maior lucratividade”.
Também participaram do seminário representantes de entidades parceiras de órgãos ligados ao Governo do Estado como a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (Agerp) e a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged). O evento contou ainda com a presença de integrantes da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além de estudantes, professores do IFMA, profissionais da assistência técnica e lideranças locais.