
A Federação de Agricultura realizou audiência pública sobre o futuro da pecuária maranhense e a exportação de boi vivo, também chamado ‘boi em pé’. O embarque bem-sucedido realizado pelo Porto do Itaqui, em novembro do ano passado, abriu mais uma oportunidade de negócios para a pecuária maranhense e motivou o debate, que teve à frente a Federação de Agricultura e Pecuária, (Faema), com a participação e apoio do governo do estado por meio das Secretarias de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Pesca, (Sagrima), da Indústria e Comércio, (Seinc), além da Empresa Maranhense de Administração Portuária.

Os representantes do governo estadual, apresentaram ações voltadas para as cadeias produtivas e exportação aos gestores de instituições financeiras, sindicatos rurais, deputados estaduais, empresas exportadoras, produtores rurais e convidados. Quem conduziu os trabalhos foi o autor da audiência pública, o deputado estadual, César Pires.
Coube à Faema, ministrar palestra por meio assessor, César Viana que contribuiu com informações fundamentais acerca do plantel existente no estado, suas condições mercadológicas e a viabilidade da exportação de boi vivo.

Representantes dos principais sindicatos de produtores rurais do Maranhão onde a pecuária é forte, como Açailândia, Imperatriz, Bacabal, Codó e outros – estavam presentes. Eles foram mobilizados em reuniões realizadas em suas regiões, recentemente, por uma equipe da Federação, chefiada pelo presidente Raimundo Coelho, que além destes, procurou também, o governo do Estado e o deputado César Pires, que pediu a audiência pública na Assembleia.
“Hoje, estão todos aqui: criadores, produtores rurais e autoridades. Todos envolvidos nessa discussão que com certeza, vai nortear as ações que o governo e o setor agropecuário têm que implementar no Maranhão para que possamos aumentar o rebanho e engordar boi para exportá-los”, enfatizou Coelho.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Bovinos e Bubalinos, Adriano Caruso, a exportação de boi vivo é uma demanda internacional. “É uma questão de abertura de mercado, de necessidade de mercado. É uma oportunidade para o produtor rural porque abre novas oportunidades de oferta e de venda, além de investimentos em diversos setores, como a melhoria genética e uma série de setores que podem ser beneficiados”, explicou.
Operação
Apesar de ter sido realizada em caráter experimental, respondendo a uma contingência, já que o Porto da Vila do Conde, no Pará, teve as atividades suspensas temporariamente no final de 2015, a operação está sendo analisada pela direção do porto, pela empresa exportadora e órgãos do governo ligados ao setor produtivo, para que possa se tornar parte do portfólio de negócios do Itaqui.
De acordo com o presidente da Emap, Ted Lago, entre o final de novembro de 2015 e início de janeiro de 2016, o Porto do Itaqui realizou três embarques de bois vivos, totalizando 16.588 cabeças de gado, carga oriunda de rebanhos do Pará com destino ao mercado internacional.
Segundo Lago, para atender a demanda do Pará e realizar a operação, a equipe técnica da Emap providenciou a certificação do Porto do Itaqui para embarque de gado vivo e elaborou um Procedimento Operacional Padrão para Embarque de Carga Viva, com atenção à segurança e à eficiência logística. Ele afirma que a demanda é muito grande e ao mesmo tempo há a necessidade de organização da cadeia produtiva do estado para viabilizar a exportação de carga viva pelo porto do Maranhão.
“O Porto do Itaqui está preparado. O que precisamos é de um planejamento – com uma programação de médio e longo prazo – para incluir esse tipo de carga na programação do Porto”. Concluiu.
Sobre essas operações, o secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, enfatizou que no conjunto de ações executadas pela pasta, há um esforço para a abertura de novos mercados aos empreendedores do Maranhão e a exportação de boi em pé, vem sendo uma das alternativas comerciais a ser disponibilizada ao produtor maranhense.
“Nós temos muitos diferenciais que podem posicionar o Maranhão para a exportação de boi em pé. Por isso, o governo Flávio Dino tem discutido com os atores da cadeia produtiva da carne, pois entende-se que a exportação de boi em pé pode abrir novos mercados, e gerar emprego e renda para nosso estado”, disse.
O Diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Pará (FAEPA), Guilherme Minssen, relatou a experiência paraense na exportação de boi em pé e o impacto dessa atividade no estado, como uma demonstração da importância econômica.
Márcio Honaiser, em sua apresentação falou do trabalho realizado pelo Sistema Estadual de Produção e Abastecimento e das ações voltadas para a cadeia da carne e do couro, que inclui a construção de matadouros regionais, permitindo, também, a maior oferta de carne processada de qualidade para os mercados interno e externo.