No mês da mulher, visitamos a cidade de Paulino Neves, no Maranhão, para conhecer a história da produtora rural, Diana dos Santos, que se destaca na ovinocaprinocultura da região. Ela conta como supera os desafios junto com o apoio técnico e gerencial que recebe do SENAR

Desbravadoras e destemidas. Esses são dois adjetivos que expressam bem a presença feminina no campo. O agronegócio é um setor que representa grande importância para a economia do país. Dentro desse universo, as mulheres têm ganhado cada vez mais espaço e relevância.
Como exemplo, temos a produtora rural, Diana dos Santos que vem recebendo Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), na cadeia produtiva de ovinos e caprinos.
Ela nos conta que o programa AgroNordeste II vem contribuindo significativamente, na melhoria do manejo sanitário, nutricional e reprodutivo dos animais.
“Nós fomos agraciados com a presença do SENAR, e quando estou aqui meio apertada, ligo para a minha tecnica, perguntando o que eu faço. E aí ela me orienta: ‘ Cuide desse jeito que vai dar certo’. Isso quando o cabritinho não quer comer, ainda não aceitou a ração. Depois que ela chegou, a gente mudou totalmente o manejo”, afirma Diana.
Respeito
A produtora rural ressalta o respeito e a admiração que recebe das pessoas por ser uma mulher que trabalha no campo.
“Aqui nós somos muito respeitados, as pessoas me respeitam bastante. E até me admiram, porque chegam aqui e eu estou lidando sempre com a parte rural. Me sinto gratificada, me sinto muito feliz por ter conseguido tudo isso que para mim não é um trabalho, é também um lazer. É uma pena que muita gente ache que a mulher, tem que ser dona de casa, né? E na hora que eles veem que a gente consegue ser uma coisa e ser a outra, é gratificante para nós”, revela seu contentamento.
Diana tem uma criação diversificada de suínos, ovinos e caprinos. Afirma que foi o suíno a primeira atividade a render bons frutos despertando para a produção de ovinos e caprinos.
“Eu acredito que daqui a uns anos vai haver maior porcentagem de mulheres no campo vendo que é bom e que se consegue viver do trabalho rural”, afirma acrescentando que,
“a primeira coisa que foi autossustentável para nós foi o suíno. A gente tem uma criação de suíno grande, de uns 3 a quatro anos, começamos a investir forte na cadeia de Ovinocaprinocultura. Inclusive, do ano passado para cá, a gente aumentou bastante o caprino. Nós temos 82, entre maiores e menores. Ovinos, a gente tem em torno de 300. Eu sou feliz sendo produtora rural”, declara.
Louise Lima é a técnica do SENAR que acompanha Diana e outras produtoras na região. Ela explica quais são as principais ações que vem realizando dentro da propriedade. “A gente tem feito vermifugação contra aclostridiose, que é o que eles não faziam aqui. Trabalhamos os manejos sanitário e nutricional. Formulamos a ração de acordo com a categoria do animal, porque uma das coisas que a gente está visando é diminuir o custo com o concentrado, então sai mais viável para ela produzir a própria ração na propriedade. Dentre todas essas melhoras, a parte mais importante é a que estamos colocando em pratica, é o gerenciamento da propriedade, que a produtora não tinha o hábito de fazer as anotações de receita e despesas”, discorre Louise.

Ela explica que as raças que a produtora possui na propriedade, são de animais sem raça definida, os chamados SRD.
É neste caso, um dos objetivos em conjunto entre produtora e técnica de campo, é substituir o atual reprodutor por outro de raça Boé, com vistas a adquirir melhor ganho de peso e desempenho.
Dessa forma, haverá maior escoamento da carne, tanto no município de Paulino Neves, como abastecer futuramente Tutoia e Barreirinhas, que são os municípios vizinhos.
Essas são algumas das histórias de mulheres que fazem a diferença no campo, produzindo alimento e gerando renda. Elas sao exemplos de força, determinação e empreendedorismo. Elas são #MulheresnoCampo.