Assistência para a mulher rural

Levar serviços de assistência à saúde da mulher rural é um desafio muito grande

Levar serviços de assistência à saúde da mulher rural é um desafio muito grande. A Organização Mundial de Saúde definiu que a saúde reprodutiva compreende não só o planejamento familiar, mas também a educação sexual, a maternidade sem risco, o controle das doenças sexualmente transmissíveis, a atenção a complicações do aborto, tendo, portanto uma abrangência e um impacto muito mais amplo na vida familiar e no desenvolvimento humano do que apenas a concepção.

A assistência à saúde das mulheres brasileiras vem apresentando avanços nas últimas décadas, mas são necessários ainda investimentos e decisão política para enfrentar os inaceitáveis coeficientes de mortalidade materna, do câncer de colo uterino e de mama, a violência doméstica e sexual, as elevadas taxas de gravidez na adolescência, o crescente número de mulheres com AIDS e o aborto em condições inseguras.

A oferta da atenção à saúde sexual e reprodutiva assentada no enfoque da atenção integral nos municípios possibilitaria a otimização dos recursos disponíveis e a maior resolutividade da assistência, contribuindo desse modo para reduzir as desigualdades em saúde que ainda persistem em alguns municípios brasileiros.

Para mudar este cenário, o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) criou o programa de prevenção do câncer do colo do útero, com o intuito de promover a diminuição de fatores que afetam diretamente a saúde da mulher rural, numa perspectiva de prevenção e educação, além de gerar oportunidades de educação, prevenção e diagnóstico do câncer do colo do útero e cuidados com as mulheres do meio rural, contribuindo assim para o aumento da autoestima e qualidade de vida.

Sob o nome de Útero é Vida, o programa vem sendo promovido em todas as regiões rurais catarinenses na forma de um dia de atividades que inclui palestras, orientações, serviços gratuitos e o exame laboratorial Papanicolau. Para facilitar a participação da mulher, um espaço recreativo e educativo acolhe crianças e filhos. O foco são mulheres rurais em idade sexual ativa que nunca realizaram ou que estejam com o seu exame atrasado há pelo menos dois anos.

É uma atividade despretensiosa, que reúne as Prefeituras e Sindicatos Rurais e oferece resultados alentadores.

*José Zeferino Pedrozo  é Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina – FAESC