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A evolução da agricultura do Brasil

A evolução da agricultura garantiu a segurança alimentar da população brasileira, a criação de indústrias, a geração de emprego e renda. A agricultura é responsável por 21 % dos empregos formais no Brasil. Em 2022, a agricultura participou com 24,8% do PIB e 47,6% das exportações brasileira. Hoje já somos o primeiro produtor mundial de soja, o quarto maior produtor de algodão. O Brasil é maior exportador de carne bovina, de suco de laranja e o segundo maior exportador mundial de algodão. Até o início dos anos de 1970, a economia agrícola do Brasil era fundamentada no cultivo de café e cana-de-açúcar, principalmente. 

principalmente. Éramos grandes importadores de alimentos componentes da cesta básica do brasileiro como arroz, feijão, carnes e leite.

A partir de meados dos anos de 1970, com a ocupação da região de Cerrado, a realidade da agricultura brasileira começou a se transformar, o que foi possível graças aos conhecimentos científicos gerados a partir dessa data. Em função de um grande fluxo migratório, especialmente de agricultores, a região Centro-Oeste do Brasil, antes praticamente desabitada, tornou-se importante região produtora de grãos, carnes, fibras e energia, reduzindo assim a dependência do Brasil de produtos importados. Em 2001, o Brasil atingiu a marca dos 100 milhões de toneladas de grãos, cultivando 38 milhões de hectares. Em 2023, são produzidos 300 milhões de toneladas de grãos, em uma área de 77 milhões de hectares.

Enquanto a produção de grãos entre 2001 e 2023 triplicou, a área cultivada apenas dobrou. Essa diferença se deve fundamentalmente à evolução da produtividade por unidade de área cultivada. Isso graças à ciência e à tecnologia. Para se ter uma ideia do aumento da produtividade, se em 2023 a produtividade fosse a mesma de 2001, seriam necessários 114 milhões de hectares para produzir 300 milhões de toneladas de grãos. Ao mesmo tempo em que se verificou acréscimo da produtividade, também houve significativo aumento das espécies vegetais cultivadas nas mais diversas regiões brasileiras.

Culturas antes tidas como de clima temperado, como a soja, hoje é cultivada em todas as regiões brasileiras. Estamos produzindo uvas na região do semiárido, algo antes nunca pensado. E, assim, vários são os exemplos do que ocorreu com a produção agrícola no Brasil, especialmente, a partir dos anos de 1970. Com a expansão da agricultura, surgiram várias cidades, como exemplo São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul, em Mato Grosso do Sul; Sorriso, Primavera do Leste e Querência em Mato Grosso; Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia. Várias outras cidades se transformaram em polo de desenvolvimento graças a expansão da agricultura, como Dourados, MS, Londrina e Maringá no Paraná; Rondonópolis em Mato Grosso; Balsas no Maranhão; Rio Verde em Goiás; Uberlândia em Minas Gerais, dentre várias outras.

A industrialização de várias cidades do interior brasileiro tem como âncora a agricultura. O que continua a se verificar na agricultura brasileira, não seria possível se não fosse um bem estruturado sistema de pesquisa agropecuária, tanto pública como privada, gerando conhecimentos que ao serem transformados em tecnologias e incorporadas aos sistemas de produção contribuem para a melhoria da produtividade, da qualidade de vida, da preservação ambiental e da geração de riquezas. O agricultor brasileiro, com a sua capacidade empreendedora e sua visão de futuro, incorpora aos sistemas de produção as tecnologias disponibilizadas pela pesquisa, tornando-se assim, o grande sujeito de toda a evolução da agricultura.

 
 

Fernando Mendes Lamas (Pesquisador)
Embrapa Agropecuária Oeste

A evolução da agricultura garantiu a segurança alimentar da população brasileira, a criação de indústrias, a geração de emprego e renda. A agricultura é responsável por 21 % dos empregos formais no Brasil. Em 2022, a agricultura participou com 24,8% do PIB e 47,6% das exportações brasileira. Hoje já somos o primeiro produtor mundial de soja, o quarto maior produtor de algodão. O Brasil é maior exportador de carne bovina, de suco de laranja e o segundo maior exportador mundial de algodão. Até o início dos anos de 1970, a economia agrícola do Brasil era fundamentada no cultivo de café e cana-de-açúcar, principalmente. Éramos grandes importadores de alimentos componentes da cesta básica do brasileiro como arroz, feijão, carnes e leite.

A partir de meados dos anos de 1970, com a ocupação da região de Cerrado, a realidade da agricultura brasileira começou a se transformar, o que foi possível graças aos conhecimentos científicos gerados a partir dessa data. Em função de um grande fluxo migratório, especialmente de agricultores, a região Centro-Oeste do Brasil, antes praticamente desabitada, tornou-se importante região produtora de grãos, carnes, fibras e energia, reduzindo assim a dependência do Brasil de produtos importados. Em 2001, o Brasil atingiu a marca dos 100 milhões de toneladas de grãos, cultivando 38 milhões de hectares. Em 2023, são produzidos 300 milhões de toneladas de grãos, em uma área de 77 milhões de hectares.

Enquanto a produção de grãos entre 2001 e 2023 triplicou, a área cultivada apenas dobrou. Essa diferença se deve fundamentalmente à evolução da produtividade por unidade de área cultivada. Isso graças à ciência e à tecnologia. Para se ter uma ideia do aumento da produtividade, se em 2023 a produtividade fosse a mesma de 2001, seriam necessários 114 milhões de hectares para produzir 300 milhões de toneladas de grãos. Ao mesmo tempo em que se verificou acréscimo da produtividade, também houve significativo aumento das espécies vegetais cultivadas nas mais diversas regiões brasileiras.

Culturas antes tidas como de clima temperado, como a soja, hoje é cultivada em todas as regiões brasileiras. Estamos produzindo uvas na região do semiárido, algo antes nunca pensado. E, assim, vários são os exemplos do que ocorreu com a produção agrícola no Brasil, especialmente, a partir dos anos de 1970. Com a expansão da agricultura, surgiram várias cidades, como exemplo São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul, em Mato Grosso do Sul; Sorriso, Primavera do Leste e Querência em Mato Grosso; Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia. Várias outras cidades se transformaram em polo de desenvolvimento graças a expansão da agricultura, como Dourados, MS, Londrina e Maringá no Paraná; Rondonópolis em Mato Grosso; Balsas no Maranhão; Rio Verde em Goiás; Uberlândia em Minas Gerais, dentre várias outras.

A industrialização de várias cidades do interior brasileiro tem como âncora a agricultura. O que continua a se verificar na agricultura brasileira, não seria possível se não fosse um bem estruturado sistema de pesquisa agropecuária, tanto pública como privada, gerando conhecimentos que ao serem transformados em tecnologias e incorporadas aos sistemas de produção contribuem para a melhoria da produtividade, da qualidade de vida, da preservação ambiental e da geração de riquezas. O agricultor brasileiro, com a sua capacidade empreendedora e sua visão de futuro, incorpora aos sistemas de produção as tecnologias disponibilizadas pela pesquisa, tornando-se assim, o grande sujeito de toda a evolução da agricultura.

 
 

Fernando Mendes Lamas (Pesquisador)
Embrapa Agropecuária Oeste