Representantes do Norte e Nordeste vencem o CNA Jovem 2016

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Brasília – Após uma maratona de conhecimento e imersão voltada ao empreendedorismo no setor agropecuário, os três projetos vencedores do CNA Jovem foram escolhidos neste domingo (27/11), de forma democrática pelos participantes da segunda edição do programa, no último encontro, realizado na sede do Sistema CNA/SENAR, em Brasília.

28_11_2Os projetos Jovens Multiplicadores liderando o agro em Uiramutã, do índio Macuxi Jaoquim Souza Lima Neto, de Roraima; Força Jovem Rural, de Izaura Recy Souza Freire Sales, do Rio Grande do Norte; e Sala do Produtor – Emprendendo o Campo, de Morganna Medeiros de Miranda foram os campeões e como premiação farão uma visita técnica à Nova Zelândia, em março, e terão seis meses de curso de inglês.

O CNA Jovem 2016 contou com 79 jovens de todo o Brasil, que construíram projetos para propor soluções para os desafios da agropecuária brasileira. Desse total, 10 finalistas defenderam seus projetos para os demais participantes e para os representantes da coordenação do projeto neste domingo que, em seguida, utilizaram os 100 agros (moeda do CNA Jovem) em até três projetos. Os projetos com mais seguidores foram eleitos.

28_11_1“Como indígena é uma forma de mostrar para o mundo que nós também temos potencial. Para mim isso significa conquista, inovação e um grande compromisso com o meu município e estado que ainda estão se desenvolvendo na agropecuária. Em 2013, o município de Uiramutã foi considerado o quinto pior lugar para se viver. Com o meu projeto, quero mostrar para o Brasil que lá temos um potencial e que é possível reverter essa situação. Agradeço a oportunidade, estou muito feliz.” Jaoquim Souza Lima Neto, de Roraima

“Vencer o CNA Jovem representa dar continuidade ao esforços de todos os participantes e honrar o voto que eles deram com a proposição de mudanças”

“É motivo de muito orgulho representar o povo de Rondônia. A partir de agora, o foco principal é mostrar aos jovens que vale a pena investir a carreira no setor agropecuário e que é possível alcançar o sucesso nessa área.” Morganna Medeiros de Miranda

O secretário executivo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Daniel Carrara, lembrou aos participantes que a partir de agora os jovens serão demandados pelo Sistema CNA/SENAR. “Vocês têm o privilégio de terem passado por um programa de desenvolvimento de liderança. Vocês começaram nos Estados e agora estão prontos para aprender mais nas federações. A humildade é a principal característica que vocês precisam ter para aproveitar a experiência de quem já está atuando e ajudando a desenvolver a nossa agropecuária”, observou Carrara.
José Mário Schreiner, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) representou o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins. “Não há no Brasil uma entidade representativa que ofereça a oportunidade como a do Sistema CNA/SENAR em promover um programa de formação de jovens líderes. No entanto, a oportunidade de participar do CNA Jovem vem carregada com a responsabilidade de fomentar o setor que é o único que cresce economicamente no Brasil”, ressaltou Schreiner.

Para a chefe do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social do SENAR Brasil, Andréa Barbosa Alves, o objetivo do programa foi alcançado. “Percebemos que esse grupo absorveu muito bem a identificação do propósito, do foco, do diferencial do projeto de liderança e o mais interessante é que alguns já estão implementando seus projetos. E quando perguntados se vão continuar o projeto, independente de premiação, mais de 90% disseram que sim”, comenta Andréa. .

Ela reforça que o CNA Jovem dá uma resposta muito rápida. “Existe uma rede em que eles participam e interagem ativamente. São aproximadamente 600 jovens que vão trocar de informações com o auxílio de pessoas estratégicas que atuarão como mentores”, reforçou Andrea.

O programa foi encerrado com a palestra “Perspectivas do Agronegócio Brasileiro”, ministrada pelo ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues.

Ele declarou que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ou Econômico (OCDE) projeta que o mundo deverá aumentar em 20% a produção de alimentos para atender o crescimento de demanda até 2020. “O mundo espera que o Brasil garanta a segurança alimentar, aumentando em 40% a produção de alimentos, fundamental para a paz. Onde tem fome não tem paz e o mundo pede que o Brasil seja o campeão de produção de alimentos para que o mundo tenha paz”, ressaltou Rodrigues lembrando que não há agricultura sem consumidor e não há vida sem agricultura.

O ex-ministro conclamou os jovens a comunicarem melhor para a sociedade o trabalho que é desenvolvido pelo campo. “Nós somos ótimos para falar que somos bons pra nós. Falta falarmos com a sociedade. Precisamos mostrar o que fazemos e que somos todos irmãos”, concluiu Roberto Rodrigues.