A Integração Lavoura-Pecuária (ILP)

A expansão da fronteira agrícola no Brasil trouxe aumentos significativos na produção de grãos. Entretanto, a exploração extensiva de pastagens, com baixo nível tecnológico, resultou em problemas de degradação das pastagens e baixo retorno econômico.

Focados nessa situação a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Mapa),  intensificou pesquisa no sentido de recuperar esses solos degradados de ocorrência em todo país, com especialidade as regiões amazônica e do cerrado, cujos biomas o Maranhão esta inserido. E dai nasceu o sistema Integração Lavoura-Pecuária, técnica que possibilita a sustentabilidade do setor produtivo e que pode ser o diferencial para sobrevivência do grande, médio e pequeno produtor rural. Basta para isso a adoção de tecnologias adequadas que integre agricultura e pecuária como forma de diversificação da produção.

Neste sistema de integração lavoura-pecuária, a pastagem deixa de ser vista somente como fonte de forragem de qualidade de baixo custo para o gado e passa ser um componente do sistema produtivo de grãos, como é o caso de outra técnica revolucionaria da agricultura brasileira, conhecida como Plantio Direto na Palha. Ela consiste no plantio simultâneo da cultua (milho) e capim (braquiária),  formando palhada para o plantio da próxima safra. Esta técnica PD além de fertilizar o solo, evita a incidência do sol e da chuva de forma direta, evitando assim o processo erosivo, comum no sistema tradicional de plantio.

Baseado neste contexto a Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Faema) e Embrapa estão firmando um Termo de Cooperação Técnica para difundir esta pratica em todo estado, permitindo uma produção sustentável, que recupera a pastagem e aumenta a produtividade de grãos, carne e leite.

Já existem em nosso estado algumas experiências exitosas da integração lavoura- pecuária, notadamente nos polos produtores de grãos, que aproveitando as linhas de financiamentos do programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), do governo federal, implantaram o sistema em suas lavouras.

O nosso desafio, portanto, é levar esta tecnologia para as regiões tradicionalmente produtoras de carne, onde se encontram grandes áreas de pastagens degradas como é o caso das regiões Tocantina, Mearim e Médio Sertão.

Unidas com esse propósito é que a Faema e a Embrapa pretendem, em parceria com os sindicatos rurais, mobilizar todas regiões do estado para implantar esta pratica de resultados economicamente sustentável e ambientalmente correto.

*José Hilton Coelho de Sousa, engenheiro agrônomo e superintendente da FAEMA.